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Isoflavonas no tratamento da menopausa

A soja (Glycine max (L.) Merrill) tem como centro de origem o continente asiático, mais precisamente, a região correspondente à China Antiga. Além de ser muito conhecida, já que as isoflavonas estão presentes apenas nesta leguminosa e em seus derivados. As principais isoflavonas presentes na soja são a daidzeína, gliciteína e genisteína. Elas se apresentam como várias formas de conjugados glicosídicos, dependendo da extensão do processamento ou fermentação. Muitos pesquisadores têm demonstrado interesse na farmacologia e fisiologia das isoflavonas, pois apresentam estrutura não esteroidal, mas comportam-se como estrógenos na maioria dos sistemas biológicos. Em adição à sua atividade anti-estrogênica, estes compostos possuem diversas propriedades biológicas (atividade antioxidante, inibição da atividade enzimática e outras) que podem influenciar muitos processos bioquímicos e fisiológicos (Setchell, 1998).

Logo, vale salientar que, a partir da soja são produzidos medicamentos fitoterápicos que possuem elevada concentração de isoflavonas como princípio ativo. Portanto, estes medicamentos são indicados como coadjuvantes no alívio dos sintomas do climatério, também conhecidos como sintomas vasomotores, entre eles ondas de calor e sudorese, principalmente. Farmacologicamente, estes fármacos são considerados moduladores seletivos dos receptores de estrógenos, apresentando ações estrogênicas nos vasos sanguíneos., com estudos clínicos realizados em humanos para comprovar sua eficácia, assim como ocorre com todos os medicamentos fitoterápicos, mesmo que o alívio do sintoma tenha sido relatado apenas após o segundo mês de tratamento. (Kaari C, 2003 - 2006).

As isoflavonas podem ocorrer como agliconas (que são flavonóides não conjugados ao açúcar), mas também podem ocorrer sob a forma de glicosídeos conjugados, que sofrem hidrólise quando submetidos à ação de enzimas elaboradas pela flora intestinal, aumentando significativamente a quantidade de isoflavonas livres. Cabe salientar que as isoflavonas possuem uma fórmula química similar ao estrógeno fisiológico, e sua estrutura fenólica comum é um dos principais pré-requisitos para para a interação com receptores estrogênicos, e isto é o que permite a terapia de reposição hormonal (TRH) com este medicamento fitoterápico. Por fim, cabe salientar a importância de consultas e exames regulares com o médico, já que este boletim é apenas para fim informativo, e não está de acordo com a automedicação.










Referências:


CÂMARA, Gil Miguel de Sousa. LPV 584: Produção de Cana, Mandioca e Soja - INTRODUÇÃO AO AGRONEGÓCIO SOJA. USP/ESALQ – Departamento de Produção Vegetal - novembro/2015. Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/mod/resource/view.php?id=3215811>. Acesso em: 29 de jun de 2022.


ESTEVES, Elizabeth Adriana e MONTEIRO, Josefina Bressan Resende. Efeitos benéficos das isoflavonas de soja em doencas crônicas. Revista de Nutrição [online]. 2001, v. 14, n. 1 [Acessado 29 Junho 2022] , pp. 43-52. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1415-52732001000100007>. Epub 02 Jun 2003. ISSN 1678-9865. https://doi.org/10.1590/S1415-52732001000100007.


Isoflavine. [Bula]. Colombo - Pr. Herbarium Laboratório Botânico LTDA. Disponível em: <


Kaari C. et al. Randomized clinical trial comparing conjugated equine estrogens and isoflavones in postmenopausal women: a pilot study. Maturitas, 53: 49-58, 2006.


Kaari C. Efeitos da isoflavona nos sintomas climatéricos, na qualidade de vida, no trato genital e na mama de mulheres pós-menopáusicas. 96p. Tese (Doutorado em medicina) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo. 2003.


Nahás, Eliana Aguiar Petri et al. Efeitos da isoflavona sobre os sintomas climatéricos e o perfil lipídico na mulher em menopausa. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia [online]. 2003, v. 25, n. 5 [Acessado 27 Julho 2022] , pp. 337-343. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0100-72032003000500006>. Epub 08 Set 2003. ISSN 1806-9339. https://doi.org/10.1590/S0100-72032003000500006.


SIMÕES, C. M. O. ; SPITZER, V. Óleos voláteis. In: SIMÕES, C.M.O; SCHENKEL, E.P.; GOSMANN, G.; MELLO, J.C.P. de; MENTZ, L.A.; PETROVICK, P.R.. (Org.). Farmacognosia: da planta ao medicamento. 5ed.Florianópolis/Porto Alegre: Editora da UFSC/Editora da UFRGS, 2003


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